Fui convidado para participar de um debate no 14º Festival de Cinema e vídeo de Cuiabá que este ano tem o tema: Movimento.
Eu teria que ver um filme chamado QUERÔ, que serviria como base para um debate, entre os integrantes da mesa convidada e pelo público presente, que aconteceria no dia seguinte a exibição e cujo tema era: Movimento urbano e Juventude.
Pois bem, então tinha a missão de ver um filme que era bem comentado por aqueles que já tinham o assistido. Na noite da exibição me preparei, coloquei uma linda camisa, uma calça ‘da hora’ e passei uma flanela no tênis só para tirar a poeira. Fui para o festival que está acontecendo num shopping da cidade, daí a preocupação em estar bem vestido. Ao chegar no local, lembrei-me que havia de pagar o estacionamento, e sem ‘grana’, deixei minha moto na rua, contando com a sorte e com o tiozinho do espetinho para dar uma olhada. Então fui ao filme, que me levou a uma mistura de sentimento. Em alguns momentos me via na tela, em outros via amigos e vizinhos, a realidade mostrada no filme tem muito a ver com o dia-a-dia nas ruas, nos centros de reabilitação de menores, nas famílias, na polícia, enfim no nosso cotidiano. Depois de ver o filme começo a refletir e concluo que este é um filme com responsabilidade social, que mostra para as pessoas como as crianças estão sendo empurradas ao crime e na maioria das vezes sem opção de escolha. Sem condição, sem direito se quer, de serem amamentadas por suas mães.
O filme QUERÔ nos dá a condição de ver como são os lugares para onde mandam os jovens a serem recuperados ou reeducados, assim como a falta de preparo por parte daqueles que deveriam reeducar, mas que na prática não estão preparados para isso, além de que, nem são remunerados como deveriam, abrindo assim, espaço para a corrupção dentro e fora dos centros de recuperação. Nas ruas com a policia, que em grande parte dos casos, é conivente com o crime segue o filme.
QUERÔ não queria ser bandido. Aliás, alguém nasce bandido? Baseado na experiência que tenho nas ruas e trabalhando com menores infratores reclusos, vejo que a maioria deles não quer ser do crime. O menor só vê o crime como escolha, se o Estado e a família falham em seus papéis. O jovem vai para escola e não tem estimulo para estar lá, pois encontra professores desmotivados, no seu bairro não tem praça de lazer ou um centro esportivo ou cultural, que é fundamental para a formação do Ser Humano.
Ontem vi no jornal que o presidente do senado fez dois depósitos de 50.000 mil, somando 100.000 reais, para a formação escolar e cultural de sua filha, enquanto isso, o jovem periférico que tem na família uma renda de 350 reais por mês, para comer, vestir, pagar contas, de luz, água, gás, remédios etc., vai investir quanto na formação dos 3 filhos? Daí tantos QUERÔS. E com certeza, mais cadeias para nossas crianças não vão resolver esta situação, que esta aí na ficção e na vida real. QUERÔ choca como o FALCÃO chocou, e nos mostra que é com a prevenção que podemos mudar o nosso país e não com mais cadeias que não reeducam, mas que na real escondem como pano de fundo algo que o governo e a burguesia não quer ver, a falta de saúde, cultura e principalmente educação para o nosso povo.
Daí me encontro questionando e concluo por final que é por esta falta de sensibilidade que o Festival de Cinema, está dentro de um shopping e não na periferia da nossa cidade.
Eu teria que ver um filme chamado QUERÔ, que serviria como base para um debate, entre os integrantes da mesa convidada e pelo público presente, que aconteceria no dia seguinte a exibição e cujo tema era: Movimento urbano e Juventude.
Pois bem, então tinha a missão de ver um filme que era bem comentado por aqueles que já tinham o assistido. Na noite da exibição me preparei, coloquei uma linda camisa, uma calça ‘da hora’ e passei uma flanela no tênis só para tirar a poeira. Fui para o festival que está acontecendo num shopping da cidade, daí a preocupação em estar bem vestido. Ao chegar no local, lembrei-me que havia de pagar o estacionamento, e sem ‘grana’, deixei minha moto na rua, contando com a sorte e com o tiozinho do espetinho para dar uma olhada. Então fui ao filme, que me levou a uma mistura de sentimento. Em alguns momentos me via na tela, em outros via amigos e vizinhos, a realidade mostrada no filme tem muito a ver com o dia-a-dia nas ruas, nos centros de reabilitação de menores, nas famílias, na polícia, enfim no nosso cotidiano. Depois de ver o filme começo a refletir e concluo que este é um filme com responsabilidade social, que mostra para as pessoas como as crianças estão sendo empurradas ao crime e na maioria das vezes sem opção de escolha. Sem condição, sem direito se quer, de serem amamentadas por suas mães.
O filme QUERÔ nos dá a condição de ver como são os lugares para onde mandam os jovens a serem recuperados ou reeducados, assim como a falta de preparo por parte daqueles que deveriam reeducar, mas que na prática não estão preparados para isso, além de que, nem são remunerados como deveriam, abrindo assim, espaço para a corrupção dentro e fora dos centros de recuperação. Nas ruas com a policia, que em grande parte dos casos, é conivente com o crime segue o filme.
QUERÔ não queria ser bandido. Aliás, alguém nasce bandido? Baseado na experiência que tenho nas ruas e trabalhando com menores infratores reclusos, vejo que a maioria deles não quer ser do crime. O menor só vê o crime como escolha, se o Estado e a família falham em seus papéis. O jovem vai para escola e não tem estimulo para estar lá, pois encontra professores desmotivados, no seu bairro não tem praça de lazer ou um centro esportivo ou cultural, que é fundamental para a formação do Ser Humano.
Ontem vi no jornal que o presidente do senado fez dois depósitos de 50.000 mil, somando 100.000 reais, para a formação escolar e cultural de sua filha, enquanto isso, o jovem periférico que tem na família uma renda de 350 reais por mês, para comer, vestir, pagar contas, de luz, água, gás, remédios etc., vai investir quanto na formação dos 3 filhos? Daí tantos QUERÔS. E com certeza, mais cadeias para nossas crianças não vão resolver esta situação, que esta aí na ficção e na vida real. QUERÔ choca como o FALCÃO chocou, e nos mostra que é com a prevenção que podemos mudar o nosso país e não com mais cadeias que não reeducam, mas que na real escondem como pano de fundo algo que o governo e a burguesia não quer ver, a falta de saúde, cultura e principalmente educação para o nosso povo.
Daí me encontro questionando e concluo por final que é por esta falta de sensibilidade que o Festival de Cinema, está dentro de um shopping e não na periferia da nossa cidade.
Dj Taba, Cuiabá MT.
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Sinopse
Filho de uma prostituta, Querô é um adolescente pobre e órfão, que vive sozinho na região portuária de Santos. Achando-se dono do próprio destino, Querô não se dobra à disciplina opressora da Febem, ao jogo fácil do tráfico de drogas e, muito menos, aos policiais corruptos que o perseguem. Paga por isso um preço alto.
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