11.4.06

Intervenção Graffiti em Cuiabá

Redação Favela
CUFA, Fazendo do nosso jeito.

Há quem diga que o graffiti surgiu com o Hip Hop, uma cultura de periferia, originária dos guetos americanos que une o rap (Ritmo e Poesia), o break (dança) e o graffiti (artes plásticas). Nos bairros pobres de Nova Iorque, era comum que os moradores de periferia impossibilitados de participar dos eventos da cidade, que exigiam um certo poder aquisitivo, fizessem festas de rua, conhecidas como "Bailes Black". No geral, os promotores dessas festas faziam parte de gangues que representavam e defendiam seus bairros. Mais do que defesa, havia muita rivalidade entre uma gangue e outra. Para que seus integrantes pudessem se comunicar, eles escreviam com letras ilegíveis e faziam desenhos quase incompreensíveis nos muros dos guetos, numa espécie de código secreto. Costumam-se dizer que o código evoluiu para arte e ganhou o mundo.

Desde o início os artistas costumavam chamar a atenção para problemas do governo ou questões sociais da realidade que viviam. Tais desenhos eram feitos, em sua maioria, em trens, porque o verdadeiro interesse do grafiteiro era passar aquela mensagem para o maior número possível de pessoas. Outra possibilidade aproveitada pelos grafiteiros para passar suas mensagens são pelos muros e arranha-céus da cidade.
Seja lá como for, a necessidade que esta galera da periferia sentia em poder se expressar e fazer parte do mundo e não somente fazendo parte de um gueto rejeitado e ainda criar uma certa fama e notoriedade foi o grande impulso para florescer uma nova cultura de arte na rua. Para muitas pessoas naqueles tempos (e ainda hoje, para os mais ignorantes) o graffiti não passa de um amontoado de letras rabiscadas, sem nexo, uma pura poluição visual e um ato de vandalismo contra o patrimônio público e para combater isso a CUFA (Central Única das Favelas) de Cuiabá irá realizar nos próximos dias 10 à 14/04 o “Intervenção Graffiti” que contará com a presença de seis grafiteiros que são eles: Patrick (SP), Binho (SP), Bonga (SP), Derf (SP), Shock (SP) e Unglik (França) com a finalidade de defender a diversidade cultural bem como fomentar o olhar do Graffiti pela sociedade cuiabana.
Assim, socializando e ampliando as ações dessa linguagem urbana, serão ministrados workshops em 05 (cinco) escolas municipais de Cuiabá,

Marechal Rondom – Bairro: Alvorada; (Segunda-feira 10/04)
Orlando Nigro – Bairro: Pedregal; (Terça-feira 11/04)
Ranulfo Paes de Barro – Bairro Santa Isabel; (Quarta-feira 12/04)
Orzina Guimarães – Bairro: Jardim Vitória; (Quinta-feira 13/04)
Intervenção em vários muros da grande Cuiabá. (Sexta-feira 14/04)

Atendendo 30 jovens em cada escola.
Os alunos irão da teoria da história do Hip Hop e do Graffiti a prática nos muros ao final do projeto. O workshop será gratuito integrando também a comunidade dentro da escola nessa ação.

Serviço:
INTERVENÇÃO DE GRAFITTI
Data: 10 a 14 de Abril.
Informações: 3028-5974/ 9215-3222 / 9917-1178

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