Por Dríade Aguiar
Fotos por Jacilla Morais
Mais em cima, na arena, duas tendas foram erguidas. Uma delas é a tenda Pixaim, que abriga várias atividades também. A barraca da Dª Ilma é uma delas. Ela vende bonecas negras, a famosa Nega Maluca, personagem importante do Folclore Brasileiro. Ao seu lado, mais uma barraca de artesanato, desta vez com peças feitas inteiramente em crochê. Ainda nas barracas, o MST – Movimento dos Sem Terra (outros trabalhadores que continuam sem parar) expõe vários livros que envolvem sua cultura, em sua maioria do libertário Chê.
Ainda na tenda do Pixaim, a cabeleireira Ana Fashion faz as tranças nas mulheres que passam pela praça. Uma dessas mulheres é Tatiane Andrade, que mora em Nova Monteverde e se encontra hospedada na Associação de Amigos da Criança com Câncer (AACC). Mais cedo, mães e crianças do centro de tratamento vieram participar da inauguração. Enquanto trança, a Ana fala sobre a beleza negra. “O cabelo ruim não existe. Existe é cabelo diferente. Na verdade, o cabelo negro, para as tranças, é melhor”. Quem tem um discurso parecido é Neusa, que também está na tenda para divulgar o livro, o mesmo que deu início a tudo isso.
A segunda tenda é dedicada só para o bazar de roupas promovido pela CUFA. É nela que fica clara a participação da comunidade no projeto. As colaboradoras trabalham como atendentes do bazar, que vende além das roupas, calçados a preço acessível.
As duas tendas não servem apenas para expor o trabalho desses agentes da comunidade, mas também para se inscrever para as três oficinas: a de Leitura, a de Teatro e a de Tranças Afro. Todas elas se darão na associação de moradores do bairro. Esse circuito de oportunidades – oportunidades sim, já que além de divertir a população, a ensina, fazendo a mulher negra se sentir valorizada - não pára aqui. Além das oficinas, esse projeto ainda vai migrar para Quilombos no interior do Estado.
Mais um projeto bem feito da CUFA e eu, repórter (mulher) bato palmas.
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